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A ELF e o projeto moto

Atualizado: 13 de jun. de 2022


1988, ELF 500 GP (HONDA NS 500), Ron Haslam

Ron (Rocket) Haslam com a 500cc equipada com o motor HONDA NS 3 cilindros

Em finais da década de 70 a petrolífera ELF alinhou na ideia de André de Cortanze e iniciou um projecto revolucionário na área da parte ciclística das motos.


Na altura, de Cortanze, era um jovem engenheiro (amante do motociclismo) ligado ao projecto de competição automóvel (em 1967 ingressou na ALPINE e a sua carreira passou pela PEUGEOT TALBOT, onde esteve intimamente ligado aos sucessos nos Ralis, e nas 24 horas de Le Mans, em 1993 passou para SAUBER F1, posteriormente esteve ligado à LIGIER, TOYOTA - F1 e 24 horas de Le Mans - e PESCAROLO SPORT).


A ideia inicial era completamente heterodoxa: o motor era a estrutura central onde estavam ancorados os sistemas de suspensão.


O braço oscilante traseiro era mono e a suspensão dianteira consistia num duplo triângulo sobreposto com um sistema de bielas para a direcção. No sentido de baixar o centro de gravidade, o depósito de combustível situava-se por baixo do motor.


Soichiro Honda, fundador da marca com o mesmo nome, foi um apaixonado por estas soluções de engenharia.


No total, durante o período em que este projecto durou, foram registadas 18 patentes que a HONDA, posteriormente, adquiriu.


ELF com Soichiro Honda

Na versão inicial (ELFx Endurance), que contou com a mão do desenhador Daniel Tréma que, posteriormente, passou, por força da saída de Cortanze, a project leader, foi utilizado um motor 2T da YAMAHA TZ 750.


Foi escolhido Michel Rougerie como piloto de desenvolvimento, tendo também participado numa corrida (em 1979) sem resultado de relevo.



Posteriormente, em 1980, iniciou-se a colaboração com a HONDA, ainda na Resistência.


Foi escolhido o bloco de motor da CB 900, e com Christian LeLiard, Walter Villa e Dave Aldana aos comandos conseguiram alguns resultados.


Na Resistência a rapidez da mudança de rodas constituía uma vantagem.




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A alteração das regras técnicas, diminuição de cilindrada para 750cc, na Endurance, antecipou o final deste projecto.


Posteriormente, em 1984 foi apresentada uma 500 GP com esta tecnologia.


Aos seus comandos, Ron Haslam teve algumas prestações meritórias, no entanto, de facto a superioridade prática nunca ficou comprovada.


No final de 1988 o projecto chegou ao fim.


Em 1986, a ELF apresentou a versão R (de record), equipada com um motor 4T 1.000cc HONDA, nas mãos de Christian LeLiard, Éric Courly, Hubert Auriol e Ron Haslam, bate, em Nardò (I), 6 records mundiais de velocidade para esta versão e 4 records mundiais para a versão equipada com o motor 2T 500.


Também neste ano, Ron Haslam (9º no CMV) triunfa numa prova extra-campeonato, o GP de Macau.


Fica a dúvida: se um piloto fizesse toda a aprendizagem com esta tecnologia, os resultados seriam melhores?


Mais uma vez, o sistema, revolucionário, de suspensão dianteira apresentava como grande vantagem a menor variação, em funcionamento, da distância entre eixos e, mais uma vez, a vantagem, em relação às telescópicas, não ficou comprovada!





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