THAT BOY, What Become of Ferry Brouwer
Atualizado: 26 de jun. de 2022
Escrito por Natasha Kayser (jornalista de desportos motorizados) o livro "That Boy (What Became of Ferry Brouwer) é um livro biográfico que relata a vida (até hoje) de Ferry Brouwer.
Brouwer é um personagem icónico do motociclismo, nasceu (The Hague/Países Baixos) em 9 de Maio de 1949 e fez uma formação técnica (média) de mecânico de automóvel.
Participou, enquanto piloto, em provas de velocidade 50cc e em provas de aceleração (Dragster) aos comandos de uma BULTACO 250cc que construiu juntamente com Jaap Voskamp.
Ferry Brouwer na BULTACO 250cc (Dragster)
Entre 1968 e 1973 foi responsável técnico de vários pilotos, de topo, do Campeonato do Mundo de Velocidade: Phil Read, Cees van Dongen, Chas Mortimer, e Tepi Lansivuori.
No fim de 1973, em resultado da tristeza sofrida com o trágico acidente do GP das Nações (Monza), onde faleceram Jarno Saarinen e Renzo Pasolini, resolveu abandonar o Continental Circus.
Em 1974 assumiu a direcção técnica da "Ton van Heugten Motors (TVHM), nessa função, viu-se mais uma vez envolvido em provas desportivas, desta vez de âmbito, principalmente nacional.
Na TVHM construiu, desenvolveu e pilotou Sidecarcross e, em colaboração com a YAMAHA Motor Europe, contribuiu para o desenvolvimento de um motor 500cc de 3 cilindros.
Foi nesta altura que, em grande parte por sua iniciativa, pôs mãos à obra no projecto e desenvolvimento da YAMAHA Sankito (uma 350cc de 3 cilindros) que viria a sagrar-se Campeã do Mundo em 1977 com Takazumi Katayama aos comandos.
Este feito, contra as instruções da YAMAHA Japão que insistia nas motorizações 2 cilindros (nesta classe), foi épico e, só por si, garantir-lhe-ia um lugar na história do motociclismo.
Apesar do sucesso deste empreendimento, a YAMAHA não viu com bons olhos o facto de uma moto de fábrica ser projectada e construída fora do Japão, razão pela qual não teve o merecido desenvolvimento.
Takazumi Katayama, 1977, YAMAHA Sankito
Entre 1978 e 1980 foi director da KATAYAMA Racing Shop (que entretanto encerrou).
Em 1981 foi director de uma equipa de Sidecarcross: Ton van Heugten/Frits Kiggen.
Em 1982 fundou a ARAI Helmets Europe, empresa que se encarregou da comercialização e marketing da ARAI na Europa até hoje.
Cumpriu a sua função com a competência e dedicação que implicaram imagem de marca de que a ARAI usufrui, vendeu a empresa em 2008.
Em 2007 fundou a YCRT (YAMAHA Classic Racing Team) e, até hoje, entre a dinamização desta organização e a reconstrução de motos (especialmente de corrida) para a sua colecção pessoal, não lhe tem faltado que fazer.
Curiosamente, dentro desta actividade restaurou e chegou a produzir (recorrendo aos "blueprints" originais) praticamente de raiz algumas motos que hoje estão na Comunication Plaza da YAMAHA (o museu da marca).
O livro THAT BOY, What Become of Ferry Brouwer, que inclui interessantes fotos, detalha a sua interessante biografia e conta ainda com contribuições de Nigel Mansell, Phil Read, Giacomo Agostini, Chas Mortimer, Freddie Spencer e Sir John Surtees.
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Durante uma participação com o YCRT
Da esquerda para a direita, com Charles Mortimer (Hengelo, 1972), com Phil Read e a contra capa do livro
YAMAHA RF302 50cc, 1969, moto de corrida, moto (réplica) construída praticamente de raiz por Ferry a pedido da marca. A original, que já não existe, foi construída para ser conduzida por Bill Ivy, mas nunca chegou a participar em corridas. Estava equipada de um motor 2T de refrigeração liquida, 6 velocidades e desenvolvia 17cv às 14.500 rpm!
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Ferry Brouwer com a réplica, por ele construída, da YAMAHA FZ750 com que Eddie Lawson correu nas 200 Milhas de Daytona em 1986