Transatlantic Trophy
Atualizado: 29 de jul. de 2022
Anglo-American Transatlantic Match Races, posteriormente conhecido por Transatlantic Trophy, foi um troféu que se disputou, entre 1971 e 1991, em Inglaterra durante o fim de semana da Páscoa e que punha frente a frente uma selecção de pilotos norte-americanos de velocidade face a uma selecção de pilotos da mesma especialidade proveniente de terras de sua majestade.
Numa altura em que o Campeonato do Mundo de Velocidade era de alguma forma considerado por alguns americanos como sendo um campeonato europeu, o Transatlantic Trophy teve a virtude, um pouco à semelhança do que as 200 Milhas de Daytona representavam para os pilotos do velho continente, de ser uma montra de apresentação para os pilotos americanos.
Joey Dunlop, Honda 1100cc, Mallory Park, 1981
Foi durante a realização das edições deste evento que várias estrelas americanas se deram a conhecer ao público europeu: Kenny Roberts, Freddie Spencer, Kevin Schwantz, Wayne Rainey, Dave Aldana, Gene Romero, Steve Baker, Pat Hennen e muitos outros.
Frente à armada americana, nomes como Barry Sheene, Ron Haslam, Mick Grant, Graham Crosby, etc, tentavam levar a melhor.
O troféu disputava-se, através da realização de 3 corridas, em vários circuitos britânicos.
Nos anos 70 foram utilizados os circuitos de Oulton Park, Mallory Park e Brands Hatch, posteriormente seriam também utilizados Donington Park e Snetterton.
Aparte a classificação individual, a cereja no topo do bolo era a vitória da selecção e, frequentemente, o vencedor individual não pertencia à selecção vencedora!
Mike Baldwin e Barry Sheene, Brands Hatch,1979
As especificações das motos admitidas foi variando ao longo dos 21 anos em que o troféu se disputou. Na edição inicial, 1971, todos os pilotos utilizaram as tri-cilindricas TRIUMPH/BSA.
Posteriormente foram utilizadas motos de Formula 750cc, 500cc GP e mesmo Superbike, o que dava um caráter heterogenio às grelhas de partida.
A primeira edição foi ganha pela selecção inglesa, com nomes como Paul Smart ou Tony Jefferies, face a uma selecção americana em que a grande revelação foi Dick Mann.
Dave Aldana (5), John Long (4), Barry Sheene (14), Dave Croxford (11), Yvon Duhamel (7), Paul Smart (12), Gene Romero (3), Peter Williams (10), Stan Woods (15) e Barry Ditchburn (16), John Player Trans-Atlantic Trophy Match Race em Mallory Park 1974
Durante as primeiras nove edições (6 vitorias para o Reino Unido contra 3 para os EUA), ficou claro que era dificil para os americanos bater os ingleses quando, estes últimos, jogavam em casa e tinham a grande vantagem de conhecer muito melhor os circuitos utilizados, isto, apesar de grandes exibições individuais de pilotos como Cal Rayborn, Yvon Duhamel, Kenny Roberts, Steve Baker, Pat Hennen ou Mike Baldwin!
Os EUA ganhavam corridas, mas a soma dos pontos favorecia normalmente os ingleses.
Na fase que se seguiu, os americanos conseguiram selecções mais homogenias e, portanto, melhores resultados de conjunto.
Transatlantic Trophy 1984
Finalmente, este evento foi perdendo interesse, principalmente porque por um lado o crescimento da importância do Campeonato do Mundo de Velocidade e, consequentemente, das verbas que envolvia, levava a que os pilotos de fábrica fossem impedidos pelos seus empregadores de correr um risco fisico que poderia por em causa a sua performance onde mais lhes interessava.
Por outro lado a perda de notoriedade da cena americana de velocidade retirou o interesse do público, numa altura em que de facto os pilotos americanos de primeira linha já participavam regularmente no CMV.
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Em 1991, deu-se o epílogo do Transatlantic Trophy.
Disputaram-se 3 corridas em Mallory Park e outras 3 em Brands Hatch.
Apesar da selecção inglesa ter nomes notáveis como Ron Haslam, John Reynolds, Jamie Whitham e Ray Stringer, a selecção americana era constituida por nomes desconhecidos como Thomas Stevens, Jamie James, Michael Barnes e, nem a presença do, na altura, já semi-retirado Freddie Spencer conseguiu apimentar o evento.
Foi o fim de uma era, em que os fãs ingleses e também europeus ansiavam por este evento para ver em acção as estrelas americanas que, frequentemente, depois poderiam vir a brilhar no CMV.
Mamola e Haslam, Mallory Park,1981 (foto: PSParrot)
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